História

A Banda União Progressista foi fundada por António Damião de Medeiros, José
Bento da Ponte e Francisco Tavares de Medeiros, homens de rija têmpera e
vontade inquebrantável, em 20 de Abril de 1907.
Nasceu da necessidade de abrilhantar as festa do Espírito Santo da freguesia
de São Pedro, de que era mordomo Franscisco Tavares, uma vez que a Banda
Lealdade estava já comprometida com outros serviços.

Foi então que António Damião teve uma ideia luminosa. Formar um agrupamento
musical com os instrumentos de uma extinta banda de Ponta Garça, os quais se
encontravam à guarda do então vigário padre Simas.
Foi Manuel Jacinto Pimentel, secretário da administração do concelho,
incumbido de pedir de empréstimo por uns dias.

Os três fundadores, que tinham sido músicos da banda ³Camões² extinta em
1903, tentaram convidar os seus antigos colegas para fazerem parte do
agrupamento, mas o seu entusiasmo não tardou a arrefecer com a notícia de
que o vigário de Ponta Garça não emprestava os instrumentos, com receio de
algum levantamento do povo.
E aqui chama-se a atenção para a forma como este impasse foi ultrapassado,
através das "cunhas" que sempre existiram.

O caso foi levado a António Correia, guarda-livros do Conde Botelho, para
que obtivesse de Sua Exc.ª uma carta, pedindo os instrumentos ao padre
Simas, que era afilhado daquele titular e a quem, sabiam de certeza, não
seria negado qualquer pedido.
E o caso é que no mesmo dia em que tinha levado a carta, Manuel Jacinto
Pimentel voltava à Vila, entusiasmado de alegria, a trazer a resposta ao seu
amigo António Damião de Medeiros de que os instrumentos tinham sido cedidos.
Foguetes, muitos foguetes anunciaram o acontecimento e Manuel Estrela, a
tocar clarinete até alta noite percorria as ruas da vila acompanhado de
muitos aficcionados, entre os quais se encontrava Antóniol Mendonça,
farmacêutico da Santa Casa, que ofereceu uma loja sua para a sociedade, no
lugar onde está instalado actualmente o Super-Pérola da Vila.
No primeiro ensaio, que terminou à uma hora da madrugada, compareceram 20
músicos e foi tocando um ordinário feito na véspera pelo regente Manuel
Estrela, célebre tocador de requinta e ainda duas marchas da mesma autoria
"Flor do Estio" e "Flor do Outono", estreadas na procissão do Sagrado
Viático aos Enfermos na Ribeira das Tainhas.
No dia da estreia foram cumprimentar o dr. António da Silva Cabral, que
tinha chegado na véspera de Lisboa e o senhor Conde de Botelho recebeu os
músicos com aplausos.

Alguém se lembrou nessa altura de pôr o agrupamento sob o patrocínio do
Partido Progressista e, para tanto, foi feita uma visita a Teotónio Claudino
de Oliveira Machado, logo convidado para ser presidente.
Não tardou que a banda, graças à influência do seu novo director entre os
chefes do Partido Progressista, tivesse duas fardas, um instrumental novo e
uma bandeira.

A Banda União Progressista tem sabido cumprir a sua missão, com firmeza e
galhardia, sempre fiel aos princípios que lhe deram vida e as amizades que a
auxiliaram a vingar.

Ainda hoje é consolador verificar que, ao experimentar os seus primeiros
passos, quando ainda menina e moça teve a ampará-la a protecção do Conde
Botelho, é ainda hoje um lídimo representante dessa nobre ilustre família, o
Visconde Botelho, um dos seus grande protectores.
A título de curiosidade os elementos que compõem esta banda são conhecidos
como "Zitas".
A banda, formada na sua maioria por agricultores e operários, gente humilde,
tem assegurado à vila um divertimento imprescindível nas festas do Espírito
Santo e marchas de São João.

No prosseguimento da história da Banda União Progressista, acontece em 2003
uma crise musical, financeira, directiva e instrumental.
Tal como no tempo em que foram necessários instrumentos musicais e
fardamentos, no começo deste agrupamento musical, tornava-se imprescindível
o aparecimento de uma mão salvadora.
Aqui surge no historial o bem sucedido empresário residente nos EUA, Eduardo
Ribeiro, natural de Vila Franca do Campo, que não sendo simpatizante desta
banda, mas grande amante da música, formou uma equipa destinada a salvar a
União Progressista a encerrar as portas.
Com Eduardo Ribeiro esteve desde o primeiro minuto outro bem sucedido
empresário vilafranquense e também residente nos EUA, Carlos Andrade, cujo
esforço conjunto mantém a União Progressista na sua caminhada de sucesso.

A digressão pelos EUA foi a coroa de glória daquela banda de Vila Franca do
Campo e ao mesmo tempo a conquista de uma etapa a que se propôs Eduardo
Ribeiro se aquele agrupamento musical conseguisse o patamar de qualidade
musical que na verdade conseguiu atingir.